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Sobre Mim

Sobre Mim

Olá,

Convém que eu me apresente

Sou um ser vivo, indivíduo, ser humano, pessoa, membro da espécie de primata bípede. Homo sapiens, pertencente ao género Homo, família Hominidae (taxonomicamente Homo sapiens – do latim: "homem sábio"). Geralmente, nós membros dessa espécie, temos um cérebro altamente desenvolvido, com inúmeras capacidades como o raciocínio abstrato, a linguagem, a introspecção e a resolução de problemas (só não sabemos ao certo como usar tudo isso). Esta capacidade mental, associada a um corpo ereto nos possibilitaram o uso dos braços para manipular objetos, fator que permitiu a nós humanos a criação e a utilização de ferramentas para alterar o ambiente a nossa volta, mais do que qualquer outra espécie.

Além de evidências de DNA mitocondrial, da combinação única e aleatória de proteínas, aminoácidos, H2O, nossos corpos são máquinas incríveis. O cérebro trabalha a uma velocidade muito maior que um carro de Fórmula I, o coração bate 100 mil vezes ao dia e a cabeça abriga mais de 120 mil fios de cabelo. Do lado de fora somos bastante diferentes no que se refere à cor da pele e dos cabelos, à estrutura física, à altura. Internamente, porém, parecemos verdadeiros gênios. Centenas de ossos, quilômetros de veias e trilhões de células trabalham em conjunto para por essa máquina em funcionamento. Porém, somos desprovidos de um manual de instruções.

Nós seres humanos estamos distribuídos em toda a Terra, geralmente nos continentes e ilhas do planeta. No entanto, outros grupos de indivíduos estão voando em veículos particulares na atmosfera, alguns viajando ao longo dos oceanos e há até mesmo um pequeno número de indivíduos que vivem na órbita terrestre baixa. Desde o surgimento da civilização, os humanos são uma forma dominante de vida biológica, em termos de distribuição espacial e efeitos sobre a biosfera do planeta.

Como a maioria dos primatas superiores, nós seres humanos somos sociais por natureza, sendo particularmente hábeis em utilizar sistemas de comunicação, principalmente verbal, gestual, escrita e porque não entrarmos também no cyberspace para nos auto-expressar, trocar idéias e nos organizarmos. Nós humanos criamos complexas estruturas sociais compostas de muitos grupos cooperantes e concorrentes, de famílias até nações. As interações sociais entre nós humanos, criaram uma variedade extremamente grande de tradições, rituais, normas sociais e éticas, leis e valores, que em conjunto formam a base da sociedade humana. A cultura humana é marcada pelo apreço pela beleza e estética o que, combinado com o desejo de auto-expressão e proporcionalmente a um cérebro muito desenvolvido, levou a inovações como a arte, a escrita, a literatura e a música.

O homo sapiens, como espécie, tem como característica o desejo de entender e influenciar o ambiente à sua volta, procurando explicar e manipular os fenômenos naturais através da filosofia, artes, ciências, mitologia e da religião. Esta curiosidade natural nos levou ao desenvolvimento de ferramentas e habilidades avançadas. O ser humano é a única espécie conhecida capaz de criar o fogo, cozinhar seus alimentos, vestir-se, além de utilizar várias outras tecnologias. Nós humanos passamos nossas habilidades e conhecimentos para as próximas gerações e, portanto, somos considerados dependentes da cultura. No entanto vivemos de reminicências ...

“Não, nossa ciência não é uma ilusão. Ilusão seria imaginar que aquilo que a ciência não nos pode dar, podemos conseguir em outro lugar”. Sigmund Freud

“Só a experiência própria é capaz de tornar sábio o ser humano”. Sigmund Freud


Este Blog surgiu a partir de minhas inquietações advindas do meu encontro com os “adictos” toxicomaníacos e suas realidades sociais. Nesse percurso tendo como base teorias psicanalíticas, gostaria de antemão colocar uma observação: Para se compreender a obra do atualíssimo Freud é necessário ler Freud, entender seus limites e questões, e não, como acontece frequentemente, “tentar ler” Freud através de outros autores, pois cada autor trabalha de acordo a sua perspectiva. Quem trabalha com psicanálise sabe da importância de Jacques Lacan, que radicalmente a partir de uma rigorosa leitura dos textos freudianos, sempre apoiado no original em alemão, trabalhando seu retorno a Freud pode trazer o estruturalismo para a psicanálise e, justamente nesse retorno, percebeu o quanto a leitura dos textos fundadores da psicanálise vinha sendo negligenciada. Invariavelmente, toda leitura é considerada uma interpretação a partir do efeito transferencial que lhe é pertinente. Portanto, para entender melhor qualquer texto que referencie a obra freudiana, acredito que vão saber o que fazer.

Uma Pequena Introdução

O consumo de drogas sempre se fez presente na humanidade. No século XIX, por exemplo, ele esteve associado a cultos religiosos ou a outros aspectos da cultura, como cura, prevenção e associado a atividades de lazer. A partir daí este processo simbólico da droga desapareceu, dando espaço a interesses econômicos e políticos em relação ao consumo de drogas. A idéia de completude e perfeição são ideologias desta lógica de mercado que aumentam a fissura humana e impulsiona o indivíduo a consumir para realizar esta completude. Isto também se faz presente no consumo de drogas. Uma insegurança existencial, alienação do trabalhador pela informatização e desemprego são realidades que perpassam o consumo de drogadictos, inseridos na sociedade atual.

No século XIX, a sociedade era “neurótica”. Parece que saímos da era de Freud, da "neurose", para a "psicose" do século XXI, onde o fim da crença na plenitude dissolveu-se, para inserção das incertezas que remetem ao fragmentário das emoções de hoje, a “parcialidade” do erotismo contemporâneo, onde só o parcial é gozoso. Na cultura ocidental imediatista, antes de tudo, acredita-se ser possível viver sem nenhuma dor, só de prazeres, podendo ser chamada de “cultura do alívio imediato”. E, na realidade, não há nada que dê prazeres perpétuos, apenas supostos alívios. Em contrapartida o sofrimento só tem sentido para a pessoa que sofre, nos tornando solitários, sendo até quase impossível sofrer, em vista da obrigação de sermos felizes. Essa cultura dos prazeres e superficialidades está fortemente associada à cultura do consumo, atual fase do capitalismo. É o capitalismo do consumo do prazer imediato, da morte do desejo, nos tornando vitrines humanas, porque temos necessidade/prazer em expor aquilo que adquirimos. Neste aspecto, uma boa parte da população fica excluída, pois não tem recursos para tal empreita, gerando uma sociedade adicta onde a mercadoria faz a lógica da vida social. Assim, abrem-se as portas, também, para as drogas ilícitas como a maconha, a cocaína/ crack, entre outras, transformando-as em um escape, em algo que alivia e se transforma em objeto poderoso, além de ser um objeto proibido muito sedutor. Encontramos hoje em nossos consultórios, pessoas que procuram alívio imediato, sedentas por fórmulas milagrosas e pessoas com níveis variados de dependências químicas legais ou ilegais - “drogadictos”.

Há uma questão aqui fundamental, que está ligada à necessidade de parar para pensar e as pessoas não têm tempo para pensar. Pensamentos profundos de todos os níveis sócio/culturais, sobre a natureza, sobre a própria existência da raça humana são deixados para os intelectuais ou cientistas. Precisamos urgentemente sair dessa sociedade adicta alienada e aprender a pensar, senão seremos, cada vez mais, engolidos por ela. Hoje vivemos numa era de relativismo histórico, onde não há mais verdades absolutas, onde existem vários paradigmas emergindo. É possível que a angústia existencial da nossa era leve o ser humano a pensar na sua natureza e em sua existência. No campo simbólico da felicidade, da virtude, da inteligência, da liberdade e da expansão da consciência, seja bem-vinda a Phoenix, porém com certo cuidado.

Prosseguirei esse percurso postando textos no Blog, tentando supor o fim de uma era e o inicio de outra, porém com certa sutileza, pois há diversas maneiras de renascimentos. Sempre fui uma pessoa bastante realista, mas nunca perdendo certa dose de otimismo.


Meu nome é Rosa Lauren Barreira Nuevo de Campos – Psicanalista formada pelo - Núcleo Távola – Instituto de Formação e Pesquisa em Psicanálise.


Consultório Particular

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